Itaú
O conjunto macroeconômico deve tornar mais fraco este ano para a área de banco de investimentos, de acordo com o diretor-executivo responsável pela área no Itaú BBA, Cristiano Guimarães. Pelo seu ponto de vista, o volume de Ofertas Públicas Iniciais (IPOs, na sigla em inglês) será menor do que no ano passado e se espera estabilização no ambiente para fusões & aquisições, ao mesmo tempo em que as emissões de dívida podem crescer, mas limitadas pela taxa Selic mais elevada do que em 2021.
“Acredito que o protagonismo da renda fixa e as outras modalidades de financiamento de empresas vão compensar esse momento para o BBA como um todo”, explicou Guimarães.
Apesar disso, a mensagem sobre IPOs não foi totalmente pessimista. Para o executivo, o mercado de abertura de capital não está fechado, mas o ambiente está mais restritivo. “Se uma empresa desejar vir a mercado agora, é viável. É um mercado que vira muito rápido”, comentou.
Guimarães defende ainda que o fluxo de capital estrangeiro registrado na bolsa neste início de ano está entrando nos follow-ons (ofertas subsequentes), muito mais aquecidas que os IPOs propriamente ditos.
Fora do investment banking, o Itaú BBA projeta um avanço de 6% na sua carteira de crédito, para R$ 445 bilhoes em 2022. Já para a área de serviços projeta-se uma expansão de 18%.
Apesar disso, os executivos do Itaú Unibanco Holding SA esperam que as empresas brasileiras emitam mais instrumentos de renda fixa este ano e vendam menos ações, à medida que os mercados se preparam volatilidade eleitoral.
O diretor de banco corporativo e de investimento do Itaú BBA, Cristiano Guimarães, previu em entrevista coletiva que o volume de emissões de ações cairá este ano e um aumento na venda de instrumentos de renda fixa.
Ele acrescentou que espera que o volume de fusões e aquisições fique estável em 2022 em comparação com o ano passado, já que as empresas brasileiras usarão os recursos de grandes emissões de ações no ano passado para adquirir rivais.
Apesar da maior volatilidade, algumas transações estão indo bem no mercado de capitais, disse Guimarães. Os investidores locais estão mais cautelosos, mas os estrangeiros estão voltando aos mercados e alguns IPOs selecionados podem ser concluídos, acrescentou.
A atividade mais lenta no mercado de capitais de ações neste ano deverá ser compensada pelo crescimento da renda fixa e mais negócios na divisão agrícola, com a venda de mais instrumentos de crédito, fundos específicos para o setor e mais atividade de negociação.
Expansão
O Itaú BBA planeja contratar até 120 pessoas na divisão agrícola e aumentar em 200 o quadro total de funcionários da unidade, dos atuais 2.100 funcionários, disse seu presidente Flavio Souza.
Os bancos têm observado as trajetórias crescentes de participação de mercado para as varejistas, mas, segundo alguns analistas, isso ocorre em uma velocidade menor, pressionada pela competição de players estrangeiros como o Shopee.
Neste cenário, os analistas acreditam que a curto prazo o Magalu sofrerá mais: a empresa, nota o relatório, “tem maior exposição a categorias que são ciclicamente mais fracas atualmente (venda de eletrônicos), embora deva compensar futuramente”.
Para a Via a expectativa é mais conservadora, já que a empresa “ainda digere a situação de contingência em antigos processos trabalhistas”.
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O Itaú BBA espera um preço-alvo de R$ 12 para as ações do Magalu, que representa valorização de 89% em relação ao fechamento do dia 11/02. Para a Via, o banco definiu um preço-alvo de R$ 4,70 para suas ações, alta de 14%. Por fim, a Americanas recebeu um potencial de valorização de 35%, considerando o preço-alvo de R$ 44.
Os papéis da Via foram os únicos rebaixados de compra para neutro, as outras duas varejistas tiveram recomendação de compra mantidas. Isso reflete na perspectiva dos analistas de ganho de marketshare das companhias nos próximos anos.
Americanas desacelera, mas deve se manter resiliente.
No caso da Americanas, os analistas esperam aceleração de seus ganhos de market share nos próximos anos e, portanto, mantiveram estimativas de GMV (Volume Bruto de Mercadorias) online estáveis em relação à previsão anterior, em R$ 53 bilhões para 2022 e R$ 67 bilhões para 2023.
Por outro lado, com um ambiente competitivo mais difícil e prováveis investimentos futuros, o Itaú BBA projeta margens brutas pressionadas em relação às estimativas anteriores, atingindo 30,6% em 2022 e 31,1% em 2023.
Isso, aliado aos esforços de implantação do Universo Ecossistema de Americanas que rende maiores investimentos, também implica em revisão para baixo para as margens EBITDA, atingindo agora 10,8% em 2022 e 10,9% em 2023 (antes 13,1% e 15,9%, respectivamente).
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