Score baixo

No ano passado nossa vida sofreu uma profunda transformação. A chegada da Covid-19 exigiu uma mudança de comportamento em nossas vidas que escancarou a desigualdade social reinante em nosso país.
Com o objetivo de retratar essa realidade, o Centro de Estudos de Microfinanças e Inclusão Financeira da FGV EAESP fez um retrato sobre o score de crédito, inadimplência, bancarização e empreendedorismo, comparando os dados por gêneros, faixa etária e classe social no Brasil.
Os resultados mostraram que 35% das pessoas que tiveram o score consultado estavam inadimplentes no segundo semestre do ano passado. Quer saber mais sobre esse estudo realizado pela FGV EAESP? Vem com a gente neste artigo.
Estudo da FGV EAESP
Segundo o estudo realizado pela FGV, as classes sociais mais baixas possuem menor score de crédito, o que evidencia que a renda tem uma forte relação na pontuação. Ou seja, quanto maior a renda, maior é a chance da pessoa ter um bom score.
Um ponto positivo que foi observado é que o score médio das mulheres teve um desempenho melhor após o início da pandemia. Só para ilustrar, o score médio das mulheres da classe “A” passou de 729,4 pontos para 746,2 pontos, ao passo que o score médio dos homens passou de 721,8 pontos para 725,6 pontos.
No entanto, quando o assunto é consulta ao score de crédito, foi observado uma grande diferença na questão da inadimplência entre as classes sociais. Tanto as mulheres quanto homens da classe “A” que tiveram o seu score consultados, 21% estavam inadimplentes. Já na classe “E” esse percentual foi de 35%.
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Escolaridade também interfere no score
Um outro ponto que foi observado no score é que quanto maior for a escolaridade, maior também é o score. Afinal, isso está diretamente relacionado à educação financeira das pessoas.
Apesar do estudo demonstrar que isso aconteceu mais na classe “C”, é preciso um pouco mais de profundidade na análise. Afinal, nas classes “A” e “B” geralmente as pessoas já possuem quase todas nível superior.
Já nas classes “D” e “E” elas possuem um grau de instrução mais baixo, e na classe “C” é onde há uma maior diferença nessa questão. Ou seja, existem pessoas que possuem mais escolaridade que outras nessa classe social.
Por isso, ficou mais evidenciado a diferença de score dentro da classe “C” dentre as pessoas com mais escolaridade na comparação com pessoas de menos escolaridade. Mostrando a importância da educação financeira.
Aumento na bancarização das mulheres
Um outro dado interessante que o estudo trouxe é em relação a bancarização das mulheres. Aquelas que pertencem às classes sociais mais elevadas, são mais bancarizadas, enquanto as mulheres da classe “E” ainda possuem pouco acesso ao banco.
Além disso, o estudo também observou que a bancarização das mulheres vai crescendo na medida em que elas vão envelhecendo. Esse é um movimento que foi observado em praticamente todas as classes sociais.
Também foi observado um menor nível de empreendedorismo entre as mulheres da classe “E” quando comparadas às mulheres da classe “A”, escancarando assim a enorme desigualdade social que reina no país.
Em resumo, o estudo da FGV mostrou que as classes sociais mais baixas sentiram mais a crise causada pelo novo coronavírus ao passo que as classes sociais mais altas ficaram mais protegidas. E isso exige uma maior atenção do governo.
Afinal, sem medidas efetivas, podemos estar criando um enorme abismo entre as pessoas das classes sociais mais altas e mais baixas, piorando assim a qualidade de vida que já não é das melhores dentro do Brasil.
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