A Inteligência Artificial ainda é algo bastante cabuloso para muitas pessoas. Poucos entendem como se dá o seu funcionamento, e por isso, usar dados para produzir soluções pode parecer mágica para muita gente.
E quando falamos em análise de crédito há sempre algumas questões consideradas intrigantes como: será que a máquina julgou os fatores de risco de forma correta? Será que o algoritmo não refletiu preconceitos sociais? Será que é mesmo possível fazer uma análise justa de crédito usando a inteligência artificial?
Em entrevista recente para o Jornal Estado de São Paulo, o indiano Krishna Venkatraman, que dirige a área da ciência de dados do Nubank explicou como a empresa usa a Inteligência Artificial para identificar bons e maus pagadores.
Entendendo como é a identificação de bons e maus pagadores
De acordo com Venkatraman, identificar bons e maus pagadores é tarefa fácil. Contudo, há entre eles uma grande zona cinza que é onde se encontra as melhores oportunidades. Venkatraman diz que a aprovação de crédito é um processo bastante caro e isso já exclui muita gente.
Ele ainda salienta que é possível analisar o crédito em segundos. E afirma que não é a máquina que aprova o crédito, mas sim uma pessoa em posse das informações obtidas pela máquina.
Venkatraman diz que somente usa dados não tradicionais no atendimento ao cliente e não na análise de crédito. Pois isso seria praticamente inviável pelo fato de não ser escalável ler uma infinidade de perguntas e respostas diferentes.
Sendo assim, o crédito é liberado ou negado baseado no comportamento que uma determinada pessoa apresentada relacionado ao crédito. Ou seja, não há influência do comportamento da pessoa nas redes sociais.
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Pode haver julgamento em relação à classes sociais pela Inteligência Artificial?
Ao ser questionado sobre a possibilidade das diferenças sociais interferirem na análise de crédito, Venkatraman disse que o que importa é somente as condições e fatores que afetam o crédito como renda e ficha criminal.
Sendo assim, segundo ele, não há como aprovar uma quantidade de pessoas em um determinado grupo social. Afinal, isso iria acabar ferindo alguns fatores que são levados em consideração no momento de fazer uma análise justa de crédito.
E para se evitar que o sistema seja justo, não carregando nenhum viés são feitos sempre testes em clientes que são considerados de risco pela máquina. Ou seja, ele espera que tais clientes possam entrar no sistema, mas no entanto, precisam de mais informações.
Para Venkatraman, em breve, as pessoas terão um controle muito maior sobre o direito dos seus dados. Sendo que será possível anonimar dados sensíveis ou até mesmo remover informações pessoais a não ser que isso seja extremamente necessário.
A Inteligência Artificial permite que o banco perca em alguns clientes?
Ao ser questionado se na análise a empresa pode perder com alguns clientes para ganhar em outros, Venkatraman diz que para sobreviver no mercado o banco precisa ser lucrativo. E que a principal missão do banco é empoderar os clientes.
Para isso é preciso saber administrar o risco com bastante cautela. Para que mesmo perdendo de um lado, isso possa ser recuperado de outro.
O indiano acredita que somente a IA não será capaz de fazer as fintechs vencerem os bancos tradicionais. Afinal, esses já estão atentos nisso. Mas acredita que a tecnologia precisa trabalhar em direção ao usuário, e os bancos terão que se atentar nesse sentido.
E para finalizar a entrevista ele falou sobre as diferenças na análise de crédito no Brasil e nos EUA, enaltecendo que lá a riqueza e diversidade de dados é muito maior. E que o Brasil ainda precisa “tapar” alguns buracos para melhorar sua análise de crédito. Entretanto, com o ritmo do avanço tecnológico isso não irá demorar muito para acontecer.
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