Mudanças nos padrões de consumo
O Banco Itaú divulgou na última terça-feira (9) um estudo mostrando como a pandemia afetou o comportamento do consumidor em 2020.
Esse novo estudo chamado de Análise de Comportamento de Consumo será divulgado trimestralmente daqui para frente.
Ele foi organizado pela Diretoria de Estratégia e Engenharia de Dados em parceria com a área de pagamento do banco.
Foi levado em consideração as compras feitas com cartão de crédito e débito, emitidas pelo banco, assim como as vendas feitas pela Rede, empresa de meios de pagamentos.
Quais são os resultados desse estudo?
De acordo com o novo estudo do Itaú, o comércio varejista que vinha crescendo nos meses de janeiro e fevereiro de 2020 sentiu uma grande queda no final de março e abril.
Afinal, foram nesses meses que o isolamento social foi mais severo, e por isso a queda apresentada foi de 22,4% em relação ao ano anterior.
No terceiro trimestre, porém, houve uma compensação dessa queda, sendo que 2020 terminou com faturamento de 3,2% superior a 2019.
Os setores atacadista, material de construção, mercados, drogarias e cosméticos foram os principais responsáveis por essa recuperação.
Por outro lado, setores como transporte urbano, turismo, e vestuário apresentaram uma retração mais severa, e deverão demorar mais para se recuperar.
De modo geral, o e-commerce cresceu 19,4% em 2020 e agora já representa 18,9% do total transacionado pelo varejo. O maior crescimento foi o setor de delivery de alimentação que cresceu 115,1% em 2020.
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Quais foram os comportamentos observados pelo Itaú?
Por conta da pandemia, as pessoas passaram a sair menos de casa, e por isso houve um aumento no ticket médio das compras realizadas. O valor gasto por transação cresceu 6,9%.
O crescimento foi mais acentuado nas famílias de poder aquisitivo maior, e mostra que as pessoas estão gastando mais nas compras, mas fazendo menos compras por mês.
Uma outra mudança observada foi em relação aos meios de pagamento. Afinal, o pagamento por aproximação cresceu 324% em 2020.
Isso acontece porque o pagamento por aproximação não exige o contato físico com a maquininha, e as pessoas se sentem mais seguras pagando dessa maneira.
Além disso, o estudo observou que a geração X que nasceu entre 1965 e 1984 foi a que mais gastou tanto em compras físicas quanto online.
Já a geração Y que nasceu entre 1985 e 1999 aumentou o ticket médio de compras, se adaptando melhor ao isolamento social, e comprando com menos frequência.
Mudança nos padrões de consumo
Diante do exposto, fica evidente que alguns padrões irão mudar daqui para frente. Uma tendência que veio para ficar é o trabalho home office.
Não é para menos que o setor de transporte urbano caiu 38,6% em 2020 enquanto o setor de móveis para escritório cresceu 39%.
Além disso, também foi possível observar um crescimento de 28,9% nos setores de decoração e jardinagem, refletindo novos hobbies caseiros.
Com as academias fechadas, as atividades ao ar livre também cresceram, sendo que as vendas de bicicletas tiveram um aumento de 54,4% em 2020.
Fora isso, equipamentos de streaming, livros, games e instrumentos musicais cresceram 40,4%, reforçando assim o crescimento do entretenimento caseiro.
Em resumo, entretenimento caseiro, delivery de alimentos, atividades ao ar livre e vendas online deverão continuar crescendo em 2021.
Já, os setores de bares, lanchonete, turismo, transporte urbano e cultura e entretenimento fora do domicílio terão mais dificuldade em se recuperar.
Sendo assim, serviços de bancos digitais como o Neon e o Iti deverão crescer em 2021, assim como as vendas por marketplace.
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