quarta-feira, janeiro 15, 2025

Salário mínimo: confira o aumento para 2021

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Salário mínimo: confira o aumento para 2021

Salário mínimo para 2021

O Governo Federal enviou recentemente ao Congresso Nacional um novo salário mínimo para 2021 por meio da Proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO).

De acordo com o texto que foi enviado, o salário mínimo vai passar de R$1.045 para R$1.088 no ano que vem.

Para chegar nesse valor, o Ministério da Economia leva em consideração o Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC) que está acumulado em 4,1% em 2020.

Dessa forma, é esse o percentual que foi aplicado sobre o salário mínimo atual, para definir o salário mínimo do ano que vem.

E esse reajuste representa a inflação real?

Muita gente acredita que o aumento do salário mínimo não está acompanhando de fato a inflação do país. Mas, na verdade, isso é um engano.

O que acontece é que esse ano a inflação foi mais concentrada em alguns segmentos, e por isso temos a impressão de que ela foi maior do que o anunciado.

Porém, esse aumento do salário mínimo somente acompanha a inflação, por isso não há um aumento real no poder de compra das famílias.

Isso quer dizer que com R$1.088 em 2021, o trabalhador conseguirá comprar exatamente os mesmos itens que comprava com R$1.045 em 2020.


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E o que é o INPC?

Para entender um pouco mais sobre o reajuste do salário mínimo é preciso entender o que é o INPC e não confundi-lo com o IPCA, que é o indicador oficial que mede a inflação.

O INPC é um índice medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) desde setembro de 1979.

Para calcular o INPC são considerados nove grupos de produtos e serviços: alimentação e bebidas; artigos de residência; comunicação; despesas pessoais; educação; habitação; saúde e cuidados pessoais; transporte e vestuários.

O período de coleta do INPC vai do dia 1 ao dia 30 ou 31, dependendo do mês, e é realizada nos estabelecimentos comerciais das principais metrópoles do país.

Dessa forma, é feito um comparativo do preço ao final do mês com o começo do mês, chegando ao percentual de aumento do índice.

Esse percentual vai se acumulando mês a mês, e no final do ano, sabemos exatamente qual foi a inflação sentida pela população.

E qual a diferença entre o INPC e o IPCA?

A princípio você deve estar pensando que o INPC é igual ao IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo).

No entanto, eles são diferentes. Apesar de usar a mesma metodologia, a diferença está no peso que cada categoria tem no orçamento.

Isso porque o IPCA mede a inflação das famílias com renda até 40 salários mínimos, já o INPC mede a inflação das famílias com renda até 5 salários.

Dessa forma, algumas categorias como alimento, por exemplo, têm mais peso para as famílias de baixa renda, e por isso a inflação desses itens é mais sentida no INPC do que no IPCA. É por isso que o salário mínimo é reajustado pelo INPC.

Por exemplo, o aumento na cesta básica é mais sentido para uma família que ganha 1 salário mínimo do que para uma família que ganha 10 salários mínimos.

Então o aumento do salário mínimo acompanhou a inflação?

De certo modo o aumento do salário mínimo acompanhou a inflação. Porém, ele foi menor do que a inflação do setor de alimentos.

Pois ao considerar somente essa categoria, o valor acumulado da inflação está em quase 10%. Por isso, muita gente tem a impressão de que o salário mínimo defasou.

Mas, a verdade é que o salário mínimo tem um grande impacto sobre as contas públicas. E se por um lado ele é pouco para quem recebe, por outro, qualquer aumento pode comprometer a já delicada situação fiscal do país.

Além disso, um aumento brusco no salário mínimo pode criar uma pressão inflacionária ainda maior, fazendo com que o trabalhador perca ainda mais seu poder de compra.

Portanto, a melhor maneira não é simplesmente imprimir dinheiro e aumentar o salário, mas sim, diminuir a desigualdade social, com impostos mais justos e serviços públicos de qualidade.

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José Carlos Sanchez Júnior
José Carlos Sanchez Júnior
José Carlos é escritor e redator com formação acadêmica em Administração de Empresas e MBA em Gestão Financeira Controladoria e Auditoria formado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

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