quinta-feira, setembro 12, 2024

Brasileiro está pessimista em relação à economia

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Economia

Pessimismo na economia

Pessimismo. É essa a percepção dos brasileiros em relação à economia para 2021. Até porque, razões não faltam: atraso na vacinação, corte no auxílio emergencial, piora nos casos de Covid-19. Enfim, poderia passar o dia enumerando motivos.

Só para ilustrar, de acordo com o Radar Febraban, 54% da população acredita que a condição financeira e familiar irá melhorar somente em 2022. Se Deus quiser. Afinal, fé e esperança são características do nosso povo. O radar é um comunicado emitido pela Federação Brasileira de Bancos, que avalia a percepção dos consumidores sobre economia, bancos e proteção de dados.

Mas será mesmo que em 2022 teremos um bom ano pela frente? Será que a economia será capaz de respirar? Se chegamos no fundo do poço, qualquer subida é válida, mas números positivos de verdade, talvez nem no ano que vem veremos.

Expectativas econômicas

Voltando um pouco no passado, mais precisamente em 2014, chegamos a bater um recorde de empregos no país. Naquela época, o desemprego estava em apenas 4,9%. De repente, tudo mudou. Entramos em uma profunda recessão, e na hora que iríamos colocar o nariz para fora da água, veio a pandemia.

Justamente por isso, o isolamento social não funcionou em nosso país. A maioria das empresas entrou na pandemia com falta de caixa, vendendo o almoço para comer na janta. O problema é que nessa já se passou um ano.

Quem sobreviveu, luta para administrar as dívidas, o desemprego continua crescendo, e por hora não temos um calendário bem definido de vacinação. Tudo isso colabora para o pessimismo do povo brasileiro, que em alguns casos passa fome.

O que poderia ser feito para melhorar?

A solução para o problema do Brasil é complexa. Distribuir auxílio emergencial no valor de um salário mínimo seria o ideal para fazer a economia girar e manter o isolamento social até a vacinação de toda a população.

No entanto, há o problema fiscal. O país já vem endividado desde a sua descoberta. E o auxílio emergencial é um benefício caro. Ou seja, você cura uma cicatriz e abre outra. Por quê? Simples: aumenta o déficit público.

Quando há esse aumento no déficit, há também um aumento na desconfiança no país, pois as chances de moratória crescem. Como resultados há fuga de capital, desvalorização da moeda, risco de inflação e por aí vai.


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A solução então é alugar o Brasil?

Talvez. Brincadeiras à parte, temos um problema estrutural de difícil resolução, mordomias, regalias, para uma pequena camada. E mexer nesse vespeiro não é tão simples assim. Logo, os cortes vêm da parte debaixo da pirâmide.

E a pandemia veio enaltecer isso. Não só no Brasil, mas em diversos pontos do planeta, essa é a situação. Inclusive em ricos países da Europa. A diferença é que lá eles têm a credibilidade dos investidores.

Portanto, para a economia realmente voltar a crescer sem risco de inflação, sem risco de moratória e de forma sustentável precisamos andar com algumas reformas: tributária, administrativa. Mas será que elas virão de forma correta?

Quando o inverno passar…

A pandemia uma hora ou outra vai passar. Mas ela deixou seus aprendizados e suas feridas. Na hora que a tempestade acalmar será preciso arrumar a casa, sem varrer o lixo para debaixo do tapete conforme sempre foi.

Será preciso olhar para os desempregados, para os pequenos empresários, para os profissionais liberais e pensar em medidas efetivas para a recuperação dessas pessoas. O caminho é difícil, bem o sei. Mas se não for bem construído, novas crises virão.

O que nos resta agora é fazer como sempre fizemos: levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima. Afinal, sempre foi assim. Criatividade não nos falta, se não fosse por ela, talvez estaríamos ainda pior.

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José Carlos Sanchez Júnior
José Carlos Sanchez Júnior
José Carlos é escritor e redator com formação acadêmica em Administração de Empresas e MBA em Gestão Financeira Controladoria e Auditoria formado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

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