quinta-feira, outubro 3, 2024

Cartão de crédito: uso do crédito rotativo aumentou apesar do alto custo

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O crédito rotativo do cartão de crédito possui um dos juros mais altos do país. Todavia, apesar de prejudicial, esse tipo de empréstimo aumentou no último ano.

Em dezembro de 2019 R$ 41,1 milhões foram concedidos de empréstimo nesta modalidade. Ao comparar o valor com 2018 onde o total foi de R$ 34,2 milhões, o aumento foi de aproximadamente 20%.

O rotativo do cartão é um crédito concedido para os clientes que não conseguem efetuar o pagamento integral da fatura. Nesse caso, a operadora concede a possibilidade de se pagar um valor mínimo da fatura.

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Além do uso do rotativo, houve também aumento da inadimplência. Do total emprestado no rotativo, R$ 25,1 milhões são referentes à faturas atrasadas. Em 2018 esse valor era de R$ 19,9 milhões.

Pesquisa do Guiabolso mostra dados sobre o uso do cartão de crédito

Recentemente, o Guiabolso (aplicativo de gestão financeira) realizou uma pesquisa junto a seus usuários onde concluiu que menor a renda da pessoa maior é o uso do limite disponível do cartão.

Como metodologia, a pesquisa dividiu os cartões em três grupos: Gold (referente à pessoas que possuem renda de R$ 1.000 a R$ 7.000 mil), Platinum (de R$ 7.000 à R$ 15.000), Black (acima de R$ 15.000).

De acordo com a pesquisa, 13% dos usuários das classes mais baixas usam mais que 50% do limite do cartão, já nas classes mais altas esse percentual é de 10%. Por mais que a diferença possa parecer pequena, ela é relativamente grande, pois estamos falando de uma diferença de 30%.

Essa é uma modalidade de crédito bastante agressiva

O rotativo do cartão é uma modalidade de crédito bastante agressiva que acaba prejudicando a renda do consumidor.

O problema ainda é pior devido ao aumento de 0,6 pontos percentuais na comparação de dezembro de 2019 em relação à novembro. No ano o crescimento foi ainda maior, atingindo um aumento de 33,5 pontos percentuais. Desse modo, os juros do rotativo fecharam o ano em 318,9% ao ano.

Um dos maiores problemas, porém, é que o banco não avalia o risco do orçamento do cliente e sim o risco de emprestar o dinheiro. Dessa forma, como o cliente é bom pagador, o banco presume que se houver alguma emergência, ele irá parcelar a fatura.

Janser Rojo, planejador financeiro da Planejar afirma que as instituições financeiras acreditam que hora ou outra o cliente vai extrapolar nos gastos e cair novamente no crédito rotativo.

Ainda, de acordo com o especialista, como o limite é proporcional à renda, as classe mais baixas possuem menor limite do cartão. Sendo assim, esse limite será mais facilmente consumido.

Além disso, quanto pior for a condição social de uma pessoa, pior é também o nível de educação financeira. Esse é um dos fatores de bastante peso, pois dificilmente essas pessoas irão realizar um bom planejamento do crédito.


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Facilidade de acesso ao cartão de crédito

Com a popularização do cartão de crédito e a rapidez em poder acessar os créditos emergenciais como o rotativo do cartão e o cheque especial, o uso irresponsável acaba sendo inevitável.

Para evitar cair nesta armadilha é fundamental que o consumidor passe a categorizar os seus gastos dividindo-os. Desse modo, ao listar o quanto gastou com alimentação, vestuário, diversão e aluguel fica mais fácil da pessoa se organizar.

Desse modo, o uso do cartão de crédito somente poderá ocorrer quando houver espaço em uma das categorias. Ou seja, só poderá comprar roupas se houver espaço na categoria vestuário para isso.

Para quem enfrenta problemas constantes com o uso da fatura, o ideal é pedir ao banco que diminua o seu limite do cartão justamente para forçar a diminuição dos seus gastos.

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José Carlos Sanchez Júnior
José Carlos Sanchez Júnior
José Carlos é escritor e redator com formação acadêmica em Administração de Empresas e MBA em Gestão Financeira Controladoria e Auditoria formado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

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