Auxílio Emergencial
A alta no preço dos alimentos, principalmente do óleo de soja e do arroz, fez renascer um novo debate: a manutenção do auxílio emergencial no valor de R$ 600 reais.
O governo federal anunciou recentemente que o benefício irá ser prorrogado até dezembro porém, com um valor menor, de R$ 300 reais.
Contudo, por conta da alta no preço dos alimentos, movimentos de sindicatos e políticos adeptos do auxílio emergencial estão organizando uma manifestação para a próxima quarta-feira (16).
Marcado pelas centrais sindicais, a manifestação carregará o lema: “#600 pelo Brasil, bom para o cidadão, para a economia e para o Brasil”.
Motivações para manter o valor do auxílio emergencial
De acordo com João Carlos Gonçalves, secretário-geral da Força Sindical, o aumento no preço dos alimentos básicos é o motivo central do movimento.
Para ele, a queda no valor do auxílio emergencial atrelado ao aumento de preços dos alimentos básicos poderá colocar muitas famílias em dificuldade neste momento.
João Carlos Gonçalves ressaltou ainda que vários prefeitos e candidatos a prefeituras pelo país aderiram ao movimento.
Ao todo, 11 centrais sindicais espalhadas pelo Brasil lançaram manifesto que rejeita a redução do valor do auxílio emergencial.
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O outro lado da moeda
Na última quinta-feira (10), o presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais para dizer que apesar das manifestações marcadas, nada vai mudar.
“A gente lamenta, eram três meses, nós prorrogamos para mais dois, cinco meses, e agora acabou. Criamos um outro auxílio emergencial, não mais de R$ 600, mas de R$ 300. Não é porque quero pagar menos, não. É porque o Brasil não tem como se endividar mais”, disse o presidente.
A equipe econômica também esclareceu que o custo para manter o auxílio emergencial é bastante elevado. E por essa razão não há mais espaço no orçamento para manter o valor do benefício.
Parlamentares apoiam a manutenção do Auxílio Emergencial
Tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal, diversos parlamentares apoiam as entidades sindicais. E pedem a manutenção do valor de R$ 600 reais para o benefício.
O senador Rogério Carvalho (PT-SE) chegou a apresentar um projeto de lei que garante o auxílio emergencial no valor de R$ 600 reais para os profissionais da cultura.
Na Câmara, o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) também criou uma emenda que defende a continuidade do valor de R$ 600 até o dia 31 de dezembro de 2020.
De acordo com Kim Kataguiri, o benefício representou quase a totalidade da renda dos 10% mais pobres no país. Para ele, a alta no preço dos alimentos já é motivo para manter o valor atual até dezembro.
Segundo o parlamentar, “o estado brasileiro tira dos pobres e dá para os ricos”. Por isso, na visão dele, o que precisa ser cortado do orçamento são outras despesas, não essa.
Desdobramento dos movimentos na próxima semana
Apesar do Executivo afirmar que nada vai mudar em relação ao valor do benefício que foi definido em R$ 300 reais, tudo vai depender dos movimentos da próxima semana.
Afinal, se houver uma grande adesão, a popularidade do presidente pode ser colocada em xeque, o que o fará rever o seu posicionamento.
Até o momento, o auxílio emergencial colaborou para que o país não tivesse uma recessão mais profunda. Além disso, foi capaz de manter a extrema pobreza no menor patamar dos últimos 40 anos.
Portanto, se o movimento angariar uma grande quantidade de adeptos, os parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado irão ganhar força para lutar pela manutenção do valor do benefício.
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