sexta-feira, abril 19, 2024

Salário mínimo atual é 4 vezes menor que o valor ideal, segundo o Dieese

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Todo mês te falta dinheiro para pagar as contas básicas de casa? Isso acontece na vida de milhares de brasileiros, e o problema está no valor do salário mínimo.

De acordo com uma estimativa divulgada pela Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) que foi divulgado no dia 05/03, o salário mínimo necessário para sustentar uma família de 04 pessoas deveria ter sido de R$ 4.366,51 no mês de fevereiro deste ano.

O salário mínimo vigente no mês foi de R$ 1.045,00. Isso quer dizer que o salário necessário para se cobrir todas as despesas básicas seria 4,18 vezes maior do que o salário mínimo atual.

O que é levado em consideração neste estudo?

No estudo realizado mensalmente pelo Dieese para saber qual deveria ser o salário mínimo ideal é levado em consideração os artigos de necessidade básica do consumidor, estabelecidos na constituição federal, como:

  • Moradia;
  • Alimentação;
  • Educação;
  • Saúde;
  • Lazer;
  • Vestuário;
  • Higiene;
  • Transporte;
  • Previdência Social.

Para se chegar nesse valor é calculado, portanto, a cesta básica mais cara entre 17 capitais pesquisadas. Em fevereiro, no entanto, o maior valor foi registrado em São Paulo (R$ 519,76), seguido por Rio de Janeiro (R$ 505,55) e Florianópolis (R$ 493,15).

Já os menores valores médios foram encontrados em Aracaju (R$ 371,22) e Salvador (R$ 395,49).


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E se o salário mínimo subisse repentinamente?

Apesar do salário mínimo necessário ser apurado mensalmente pela Dieese, se o governo decidisse elevar o valor dele para este patamar, o resultado não seria tão animador.

Em um primeiro momento, isso elevaria a renda das famílias, dando maior poder de compra para as mesmas. No entanto, devido ao aumento da procura pelos bens em questão, as indústrias iriam precisar produzir mais.

Para isso, precisariam aumentar o quadro de funcionários. Contudo, ao chegar no limite produtivo e no pleno emprego, não mais haveria a possibilidade do aumento da produção, restando então o aumento de preço.

Com o aumento de preço teríamos mais inflação e consequentemente perda no poder de compra. Note que apesar do salário se valorizar, ele não terá capacidade de comprar os mesmos itens que foram apurados nos dias atuais.

Por isso, apesar de parecer um problema de fácil resolução, ele não é tão simples quanto parece. Desse modo, o caminho para se chegar ao mínimo de cidadania para todos, é o governo fornecer o máximo de serviços básicos possíveis.

Assim sendo, ao oferecer educação de qualidade, saúde pública universal, planos habitacionais, transporte público de qualidade e previdência social, o estado evita que uma família precise gastar com esses itens.

Como resultado, mesmo que o salário mínimo não cresça, a necessidade de gastos com estes itens diminui sem que a economia sofra um processo inflacionário.

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José Carlos Sanchez Júnior
José Carlos Sanchez Júnior
José Carlos é escritor e redator com formação acadêmica em Administração de Empresas e MBA em Gestão Financeira Controladoria e Auditoria formado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

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